É sabido que a TPM é um conjunto de sintomas físicos, emocionais e comportamentais que ocorrem em muitas mulheres durante a fase lútea do ciclo menstrual, nos dias que antecedem a menstruação, e podem variar em intensidade de mulher para mulher e de ciclo para ciclo.

Flutuações hormonais, incluindo alterações nos níveis de estrogênio e progesterona, são consideradas um dos principais desencadeadores da TPM. Além disso, variações nos neurotransmissores cerebrais, como a serotonina, têm sido associadas aos sintomas emocionais da TPM. Fatores genéticos, estilo de vida, estresse e sensibilidade individual também podem influenciar a ocorrência e a intensidade dos sintomas.

Os sintomas podem ser divididos em:

  • Sintomas físicos: inchaço abdominal, dor nas mamas, fadiga, dores de cabeça, cólicas, alterações no apetite e distúrbios gastrointestinais.
  • Sintomas emocionais: irritabilidade, ansiedade, depressão, mudanças de humor, choro fácil, tensão emocional e dificuldade de concentração.
  • Sintomas comportamentais: insônia, alterações no sono, alterações no desejo sexual, desejo por alimentos doces e aumento na sensibilidade aos estímulos sensoriais.

Os sintomas variam amplamente e podem afetar a qualidade de vida das mulheres, interferindo nas atividades diárias, no trabalho e nas relações interpessoais.

 

Diferente da TPM, a menopausa marca o fim da fase reprodutiva da mulher. À medida que a mulher envelhece, seus ovários deixam de produzir óvulos e há uma diminuição significativa nos níveis de hormônios sexuais, principalmente estrogênio e progesterona. A menopausa ocorre entre os 45 e 55 anos e geralmente é diagnosticada quando a mulher passa por 12 meses consecutivos sem menstruar.

Os sintomas da menopausa podem variar amplamente em intensidade e duração, mas frequentemente incluem:

  • Ondas de calor: sensações repentinas de calor intenso, muitas vezes acompanhadas de suor e rubor facial.
  • Suores noturnos: transpiração excessiva durante a noite, que pode interromper o sono.
  • Alterações de humor: mudanças de humor, irritabilidade, ansiedade e depressão.
  • Secura vaginal: diminuição da lubrificação vaginal, causando desconforto durante a relação sexual.
  • Distúrbios do sono: dificuldade em adormecer, insônia ou despertares frequentes durante a noite.
  • Mudanças no ciclo menstrual: irregularidades menstruais, como períodos mais espaçados ou mais leves.
  • Alterações na pele e cabelo: pele mais fina e seca, perda de elasticidade, além de mudanças na textura e volume capilar.
  • Ganho de peso: muitas mulheres notam um aumento de peso durante a menopausa, frequentemente concentrado na região abdominal.

É importante notar que nem todas as mulheres experimentam todos esses sintomas, e a gravidade pode variar.

 

Como vimos, a TPM e a menopausa representam duas fases cruciais na vida das mulheres, onde as flutuações hormonais podem resultar em sintomas incômodos. O óleo de prímula, derivado das sementes da planta Oenothera biennis, é notável por seu teor de ácido gama-linolênico (GLA), um ácido graxo ômega-6 com propriedades anti-inflamatórias e reguladoras que pode ser eficaz no alívio dos sintomas nesses períodos.

O GLA presente no óleo de prímula desempenha um papel de extrema importância na modulação dos hormônios e na produção de prostaglandinas, substâncias que influenciam nos processos inflamatórios e regulatórios do corpo. O resultado é um efeito positivo sobre os sintomas menstruais e uma redução na gravidade dos incômodos. Da mesma forma, na menopausa, a ação do GLA pode proporcionar maior conforto durante o climatério (período de vida da mulher que indica a transição da fase reprodutiva para a não reprodutiva).

Para mulheres que buscam alívio dos sintomas da TPM, a recomendação geral é iniciar a suplementação com óleo de prímula alguns dias antes do início do ciclo menstrual, continuando ao longo dos dias de sintomas mais intensos. A dosagem comum varia entre 500 a 2.000 mg de óleo de prímula por dia. Pesquisas têm mostrado que a suplementação contínua ao longo de vários ciclos menstruais pode proporcionar melhores resultados, diminuindo gradualmente a intensidade dos sintomas.

Na menopausa, a suplementação diária de óleo de prímula pode ser benéfica para aliviar sintomas como ondas de calor, suores noturnos, distúrbios do sono e alterações de humor. A dosagem recomendada geralmente varia de 500 a 1.500 mg de óleo de prímula por dia. O uso contínuo ao longo da menopausa pode ajudar a manter os níveis hormonais mais equilibrados e reduzir a gravidade dos sintomas.

É importante lembrar que cada mulher é única, e os resultados podem variar. Antes de iniciar qualquer suplementação, é recomendável consultar um profissional de saúde para determinar a dosagem adequada e verificar possíveis interações com medicamentos ou condições médicas.

 

 

Referências

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